Um artigo recentemente publicado na revista Vegetation History and Archaeobotany pretende confirmar o consumo de cevada pelo homem em época romana, em contextos militares. Este consumo é mais ou menos consensual, ainda que haja quem aponte que tanto a aveia como a cevada eram principalmente consumidos por animais domésticos. Aliás, os autores mencionam unicamente a importância de provar o consumo humano da cevada, menosprezando a importância do testemunho do consumo humano da aveia.
A prova foi obtida no estudo de coprólitos. Contudo, este estudo apresenta de imediato um problema de base: a prova de que o coprólito é humano. Eis a menção que os autores fazem a este respeito:
"The contexts under analysis comprised sieved material from pit and ditch fills (see Table 1) and were not macromorphologically distinguishable as discrete human coprolites. Furthermore, no chemical approaches such as sterol analyses were used to independently confirm the presence of human sewage."
Confesso aqui a minha surpresa de que ainda se coloque a questão acerca do consumo humano da cevada, ao ponto de se sentir a necessidade de centrar um artigo nesse aspecto. Os estudos de coprólitos, quando identificada a sua origem humana ou animal (de outro animal que não o ser humano, entenda-se), justifica-se por si só, pois fornecem informações muito interessantes. Não é necessário colocar na primeira linha questões que já estão resolvidas. Mas entende-se que é necessário os artigos sejam vendáveis...
Eis a referência do artigo (descarreguem aqui):
Britton K, Huntley J (2011) New evidence for the consumption of barley at Romano-British military and civilian sites, from the analysis of cereal bran fragments in faecal material. Vegetation History and Archaeobotany 20: 41-52
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