quarta-feira, 26 de maio de 2010

Castelo Velho de Freixo de Numão

Embora não seja particularmente conhecido pelos estudos de arqueobotânica aí realizados, o Castelo Velho forneceu, além de abundantes carvões, abundantes grãos de cereais, concentrados numa única estrutura.

A autora do estudo de arqueobotânica, Isabel Figueiral, teve oportunidade de mencionar este achado excepcional na sua comunicação do passado dia 8 em Braga, nas conferências publicitadas aqui neste blogue.

Para quem não conhece este trabalho, deixo aqui as referências bibliográficas e alguns dados referentes à carpologia.


Castelo Velho II - Castelo Velho III - Castelo Velho IV
Hordeum vulgare 1 1876
Triticum compactum 34403
Triticum sp. 3518 4
Lathyrus sp. 4
Lens sp. 1
Pisum sativum 10 2


Castelo Velho II corresponde a níveis da Idade do Bronze, enquanto que Castelo Velho III e IV datam do Calcolítico. Os dados de Castelo Velho III correspondem à referida estrutura, como facilmente se depreende pela quantidade de material recolhido.

No seu conjunto, as espécies recolhidas não constituem uma novidade no NW peninsular, mas a verdade é que por enquanto são poucas as jazidas com recolhas sistemáticas, pelo que se deve valorizar estes resultados. Ainda assim, o Neolítico final e o Calcolítico ainda são os períodos pré-históricos para os quais detemos mais dados no Norte de Portugal, fruto do trabalho realizado por arqueólogos das Universidades do Porto e do Minho.

Eis as referências bibliográficas. Aconselho particularmente a referência mais recente.

Figueiral, I. (1999). "Castelo Velho (Freixo de Numão, Portugal). The charcoalified plant remains and their significance." Journal of Iberian Archaeology 1: 259-268.

Figueiral, I.; Jorge, S.O. (2008). "Man-made landscapes from the thir-second millennia BC: the example of Castelo Velho (Freixo de Numão, North-East Portugal)." Oxford Journal od Archaeology, 27 (2): 119-133.

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