sábado, 21 de novembro de 2009

Gerindo o caos dos arquivos em pdf

A partir do momento em que alguém teve a brilhante ideia de criar o EndNote, nunca mais foi preciso inserir manualmente as extensas bibliografias em cada paper redigido. No entanto, há sempre lugar para melhorias, e o Mendeley Desktop afirma-se como uma ferramenta imprescindível de agora em diante. Trata-se de um gestor de artigos em pdf que, além de registar automaticamente as informações bibliográficas do documento, permite fazer buscas, inserir citações e construir a bibliografia no Microsoft Word. Acabaram-se as buscas intermináveis de artigos que não nos lembramos em que directório colocámos!

Caso a informação do artigo não seja apreendida correctamente, o Mendeley faz uma busca na net para resolver o problema. Verdade seja dita que por vezes nem isso resulta, mas grande parte do trabalho é-nos poupada! Visitem o site da Mendeley, registem-se e descarreguem a ferramenta em:

http://www.mendeley.com

E não se esqueçam de descarregar também o plug-in para o Word ou Latex! Segundo os criadores, em breve sairá a versão para Mac.

10 comentários:

  1. Confesso que não conhecia este programa. Sou um utilizador preguiçoso do Endnote mas talvez vá experimentar este programa. Dependerá da existência ou não de um meio de passar os meus registos de Endnote para o Mendeley Desktop. Não me apetece perder todo o trabalho que já tive.

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  2. De facto, apenas tens de exportar a base de dados do EndNote em formato.xml e adicioná-la ao Mendeley. Isso demora-te 10 segundos a fazer! :-)

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  3. Compreendo a pergunta e concordo com a ironia subjacente. Trata-se de um tema que debato muito com os meus colegas.

    Infelizmente, o uso da palavra "paper"
    invés de "artigo", tem sido generalizada entre os grupos de investigação de língua portuguesa. Como se "paper" fosse um artigo científico em revista internacional com revisão pelos pares (mais usualmente apelidado com outra expressão inglesa,"peer-review") e "artigo" fosse um artigo qualquer.

    Sinceramente, eu não costumo usar estes estrangeirismos, embora deva confessar que uso outros estrangeirismos (como e-mail, pois "mensagem de correio electrónico" é demasiado extenso). Compreendo que muitos usem a palavra "paper" tendo em conta que a ouvimos tantas vezes. Mas também acho que devemos usar as expressões portuguesas sempre que possível.

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  4. Eu de facto uso o Mendeley e o Endonte e ambos os programas são óptimos quando se quer ter uma "biblioteca" digital bem organizada e versátil. No entanto ainda não encontrei um programa que combine as duas tarefas, ou seja, um programa que permita uma organização dos artigos de pdf (como o Mendeley) e que introduza referências bibliográficas automaticamente num text de word (como o EndNote). A mim parece-me um programa de interesse óbivo e espero que passe a existir em breve!

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  5. Olá,

    Chamo-me Ricardo Vidal e sou elemento da equipa Mendeley. Tal como está referido no post, o plug-in para Word no Mac está quase a saír.

    Vera Aldeias, Mendeley possui um plugin que lhe permite colocar as suas citações e bibliografia automaticamente no seu texto word. Qual é a função que não encontra no Mendeley e que desejaria que houvesse?

    Quanto ao termo "paper" em vez de "artigo", penso que tem a ver com o simples facto de que a maioria dos artigos (praticamente todos!) são escritos em inglês e por isso estes "estrangeirismos" tornam-se parte do vocabulário do dia-a-dia.

    Para os interessados, se tiverem alguma questão ou dúvida a colocar, poderão contactar-me directamente por email (ricardo.vidal [at] mendeley [ponto] com) ou podem enviar as vossas questões (em inglês) para support [at] mendeley [ponto] com

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  6. Ricardo, obrigado pelo input... digo, esclarecimento!
    (Desculpem, não consegui resistir)

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  7. Acho que o uso de termos como "paper" num contexto cientifico adequado. É gíria científica. A ciência quer-se universal, e como tal requer tanto quanto possível o uso duma linguagem e duma lingua comuns que (em tempos foi o latim, o francês e o alemão) hoje em dia é o inglês. Acho mais esquisito o uso de "lol" e "OMG" e outros estrangeirismos ainda por cima abreviados, mas que, também eles, fazem parte da evolução da lingua.

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  8. Talvez esta discussão não devesse ser feita aqui... mas foi aqui que começou.

    Compreendam que não sou contra o uso de estrangeirismos, aliás também os uso. Questiono unicamente se temos necessidade de utilizá-los quando temos termos adequados e igualmente sintéticos.

    Observo com alguma tristeza o empobrecimento da linguagem científica portuguesa e com mais tristeza observo que eu próprio participo nesse processo (a minha tese será em inglês...). Observo que existem conceitos muito actuais no debate científico internacional que não têm correspondente em português. Observo isso com alguma tristeza porquê? Porque isso só significa que a ciência está a ser feita à margem de quem a paga - os contribuintes portugueses. Sempre defendi que devemos ter uma atitude ética na prática científica o que não passa unicamente pela honestidade intelectual, mas também pela comunicação do nosso trabalho a todos os públicos. Isso implica que a comunicação em português seja consequente e não acessória.

    Compreendo o uso da gíria científica, tal como o uso do calão no nosso dia-a-dia, mas não vejo a necessidade de o fazermos quando temos palavras curtas com o mesmo significado. Creio que todos sabemos que a gíria rapidamente passa para outro nível. Tal como não falamos em calão numa aula, não percebo porque é que não vemos problema em falar em gíria num mesmo contexto...

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  9. Só mais uma questão. O facto do meu trabalho actual e futuro privilegiar o inglês para a comunicação com o exterior tem um só significado: a minha produção científica - paga pelo contribuinte português - tem muito a ganhar se for sujeita a um debate profícuo internacional. É assim que se avalia e credibiliza a produção científica. Depois deve-se tentar incorporar esse conhecimento no debate que se faz ao nível nacional.

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