sábado, 28 de novembro de 2009
Ossos do ofício: que fazer com eles?
A questão da re-inumação dos achados arqueológicos não diz respeito apenas aos territórios para além do Canal da Mancha. Também em Portugal esta questão é por vezes discutida informalmente, apesar dos materiais não serem normalmente alvo de exigências semelhantes às dos neo-druidas do Reino Unido. Porém, as sucessivas escavações de necrópoles realizadas no nosso país contribuíram para a acumulação de vastas colecções de esqueletos humanos cuja reserva implica necessidades logísticas às quais a administração central não tem conseguido corresponder. Tendo em consideração este cenário, algumas pessoas questionam-se se a re-inumação em local identificado dos materiais já estudados não é uma alternativa viável ao depósito de ossadas em reservas frequentemente desadequadas. No entanto, este procedimento levanta inúmeras questões de delicada resolução.
Um dos problemas reside na importância dos achados. Por exemplo, a re-inumação de ossadas provenientes de uma necrópole moderna não suscitaria uma oposição tão firme como no caso da ossada de um Homem de Neandertal com 40 mil anos. Um achado deste tipo é tão raro e importante que ninguém se atreveria a recomendar a sua inumação. A acontecer, a re-inumação não pode então visar todos os materiais.A raridade deve ser uma das variáveis incluídas nesta equação, e está intimamente ligada à importância científica, cuja determinação é complexa e subjectiva. Então como deve ser feita a selecção das colecções a re-inumar?
Em caso de re-inumação, esta deverá repetir o enterramento ritual – quando conhecido – ao qual o indivíduo foi originalmente sujeito? No fim de contas, na maioria dos casos lidamos com indivíduos que fizeram questão de ser alvo de um ritual específico de carácter religioso. O respeito por esses desígnios deverá ser tido em consideração? E de que forma isso interferiria na re-inumação dos restos humanos garantindo a preservação necessária a novas intervenções científicas? Neste caso, os ossos deverão ser isolados do solo ambiente de forma a garantir a sua preservação pós-deposicional, por exemplo recorrendo a contentores plásticos, preceito que obviamente não faz parte de nenhum dos rituais funerários do Passado.
A questão da re-inumação dos achados humanos arqueológicos é de difícil resolução. Queremos saber se a consideram uma opção viável, e em caso afirmativo, em que moldes deverá efectuar-se. Deixem a vossa opinião e votem na caixa da barra lateral!
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
Palestras: Contextos e Ambientes do I Milénio AC
A 7 de Dezembro vai ter lugar em Braga a mesa-redonda "Contextos e ambientes do I Milénio AC: uma abordagem interdisciplinar", organizada pela APEQ e pelo CITCEM.
terça-feira, 24 de novembro de 2009
11ª Conferência Internacional do ICAZ - 2010 (Arqueozoologia)
Para ver mais detalhes sobre a conferência visitem o link:
http://www.alexandriaarchive.org/icaz/ICAZ2010/00-1st%20page/1st%20page.htm
Ou visitem a página do ICAZ:
http://www.alexandriaarchive.org/icaz/
segunda-feira, 23 de novembro de 2009
Espaço como categoria cultural
domingo, 22 de novembro de 2009
Theoretical Archaeology Group
Infeliz(previsivel)mente sessões que reflictam sobre a interacção entre ciência e arqueologia estão quase completamente ausentes desta conferência.
Aqui fica o link.
http://www.dur.ac.uk/tag.2009/
18º congresso europeu da Associação de Paleopatologia
Faltam ainda alguns meses para o congresso, mas fica desde já a sua informação. Decorrerá em Viena (Áustria) de 23 a 26 de Agosto de 2010.
Para mais informação visitar:
http://www.klbg.com/ppa2010/
"Dar-o-in" na investigação arqueológica
Ainda há tempo para reflectir sobre a influência que o naturalista inglês teve na arqueologia.
Infelizmente, não é incomum encontrar-se na bibliografia arqueológica, especialmente entre a geração que viveu e alinhou com o pós-modernismo, uma certa antipatia relativamente à obra e legado de Darwin, sendo este quase exclusivamente associado ao “darwinismo social” (embora Darwin não concordasse com ideias eugénicas, racistas ou à aplicação das suas teorias a políticas sociais).
Mais recentemente, alguns investigadores (p. ex. Stephen Shennan, Michael J. O’Brien) têm tentado uma abordagem teórica que explora a ideia de que os processos responsáveis por mudanças culturais ao longo do tempo são em larga medida semelhantes aos que operam na evolução biológica. Denominada arqueologia evolutiva ou darwiniana, esta corrente tenta aplicar modelos evolutivos (que pouco ou nada tem a haver com o famigerado darwinismo social) para responder a uma das mais importantes questões em arqueologia: porque mudam as sociedades ao longo do tempo?
Haverá tempo para falar mais demoradamente sobre a arqueologia evolutiva. Mas a contribuição de Darwin para a compreensão das sociedades e culturas humanas não se esgota aqui. Numa recente edição da revista Science foi publicado um artigo sobre as origens da religião. Esta é uma questão que interessa a arqueólogos, antropólogos, biólogos e neurologistas. É uma área de investigação necessariamente multidisciplinar e filosoficamente estimulante (porventura mesmo inquietante). Se os biólogos querem saber quais as vantagens evolutivas (se as houver) da religião, e os neurologistas se a crença em agentes invisíveis (leia-se deuses) é algo inerente ao processo cognitivo humano, os arqueólogos interessam-se sobre as características simbólicas da religião e tentam saber quando esta aparece.
Outro exemplo do impacto de Darwin na arqueologia encontra-se numa das suas obras não tão populares, de 1868 “The variation of animals and plants under domestication”. Nesta obra Darwin debruça-se sobre a selecção artificial de plantas e animais domesticados por seres humanos. Esta publicação viria a impressionar Nikolai Vavilov e inspirá-lo a propor a sua teoria dos centros de origem das principais plantas cultivadas. É discutível o grau de influência directa desta obra na arqueobotânica e arqueozoologia aplicadas à questão da origem da agricultura, mas ainda hoje muito do que sabemos sobre o início do Neolítico reside na identificação nos vestígios arqueológicos de animais e plantas domesticadas de características que os distingam dos seus antecessores selvagens. Isto foi algo que Darwin estudou exaustivamente.
PS – o título deste “post” é francamente infeliz e envergonho-me dele.
sábado, 21 de novembro de 2009
Anatomia de Madeiras on-line
Gerindo o caos dos arquivos em pdf
Caso a informação do artigo não seja apreendida correctamente, o Mendeley faz uma busca na net para resolver o problema. Verdade seja dita que por vezes nem isso resulta, mas grande parte do trabalho é-nos poupada! Visitem o site da Mendeley, registem-se e descarreguem a ferramenta em:
http://www.mendeley.com
E não se esqueçam de descarregar também o plug-in para o Word ou Latex! Segundo os criadores, em breve sairá a versão para Mac.
sexta-feira, 20 de novembro de 2009
Conhecimento a preço zero
http://www.doaj.org
Há artigos para todos os gostos... e desgostos!