segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
Formação: Introdução à Arqueobotânica
É uma formação teórica e prática que pretende abordar diversos aspectos da investigação em Arqueobotânica, desde a delineação de uma estratégia de amostragem à interpretação dos resultados, passando pelo acondicionamento de amostras e pelo trabalho de laboratório.
Vejam mais informação aqui e aqui.
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
Vaga em Arqueobotânica na Universidade de Nothingham
Para mais informações, consultem este link.
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
Wiley: Dois Meses de Open Access
Basta activar aqui.
sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011
Ciclo de Conferências MNA/GEEvH/NAP
Serão retomados em Março os Ciclos de Conferências Territórios de Fronteira com organização conjunta do Museu Nacional de Arqueologia, Grupo de Estudos em Evolução Humana e Núcleo de Arqueologia e Paleoecologia da Universidade do Algarve. Desta feita, o ciclo decorrerá a 3 de Março a partir das 17 horas e contará com a presença de 3 oradores.
Catarina Tente é docente convidada da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade de Lisboa - onde se doutorou - e foi sub-directora do extinto Instituto Português de Arqueologia. Na sua palestra, apresentará As comunidades camponesas alto-medievais na bacia do Alto-Mondego.
João Tereso é especialista em Arqueobotânica e doutorando em Biologia na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. Apresentará A agricultura Romana no Norte de Portugal: o contributo de novos estudos de arqueobotânica.
Cleia Detry é epecialista em zooarqueologia e doutorada pela Universidade Autónoma de Salamanca. Encontra-se actualmente a fazer pós-doutoramento no Centro de Arqueologia da Universidade de Lisboa - UNIARQ. Irá apresentar A alimentação de Cristãos e Muçulmanos no Castelo de Palmela: uma perspectiva zooarqueológica.
Recomendamos então uma matiné no Museu Nacional de Arqueologia no próximo dia 3 de Março, onde uma visita às suas exposições pode ser complementada por este ciclo de conferências ao final da tarde.
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
Conferência FLUP
A Professora Tania Andrade Lima é Professora Associada do Departamento de Antropologia do Museu Nacional /Universidade Federal do Rio de Janeiro sendo curadora do acervo arqueológico desta instituição. A sua área de investigação incide sobre a Arqueologia Pré-Histórica e Histórica.
quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011
"Investigadores portugueses criam novo método para datar árvores centenárias"
As oliveiras antigas, basta terem mais de 150 anos, ficam com o tronco oco. Sem a parte mais antiga para contar os anéis de crescimento ou fazer uma datação com carbono 14, André Soares dos Reis, proprietário de uma empresa que vende oliveiras ornamentais, estava a ver-se confrontado com um problema: como garantir aos clientes a idade das oliveiras antigas?
Bateu a várias portas, todos lhe diziam que isso era impossível. Não desistiu e, na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) encontrou quem aceitasse o desafio de desenvolver um método de datação de árvores antigas.
Também o engenheiro florestal José Luís Louzada, da UTAD, começou por dar uma resposta negativa a André Soares dos Reis, proprietário da empresa Oliveiras Milenares, no Vimieiro, perto de Arraiolos. Mas a insistência do empresário foi tal que José Luís Louzada acabou por lhe dizer: "Neste momento, não há desenvolvido nenhum método, a não ser que estudemos o problema para ver se conseguimos arranjar um método alternativo. Está disposto a pagar, podendo nunca chegar-se a bons resultados?"
Entre 2007 e 2008, e pagas "algumas dezenas de milhares de euros" pelo empresário, diz José Luís Louzada, estava desenvolvido um método e as oliveiras puderam passar a ter um certificado oficial a atestar a idade.
Como é que o investigador, com outros colegas da UTAD, resolveu o problema dos troncos ocos? "Já que não podíamos contar os anéis ou fazer a datação por carbono 14, fomos encontrar um modelo matemático que relacionasse a dimensão da árvore com a idade. Mas precisávamos de saber quanto tempo esta espécie demora a atingir determinada dimensão."
Para tal, a equipa teve de estudar os padrões de crescimento da oliveira, no clima português, e usou uma abordagem que faz lembrar as matrioskas, as bonecas russas que vão saindo umas de dentro das outras, na questão dos troncos ocos. "Partimos progressivamente de árvores maiores para mais pequenas, que tinham a parte central do tronco intacta, para estudar o crescimento desta espécie. Nessas árvores, já podíamos contar os anéis e sabíamos a sua forma e dimensão."
Com esses dados, fez-se um modelo matemático, que relaciona a idade, para esta espécie, em condições mediterrânicas, com características do tronco como o perímetro e o raio. Ficou então a saber quantos anos têm de passar até uma oliveira atingir certa dimensão. "Depois de termos esta função, sabe-se a idade de qualquer árvore. Basta medi-la e introduzir os dados num programa de computador."
Datação até três mil anos
Em rigor, a equipa desenvolveu mais do que um modelo matemático. Um deles é para árvores com 500 a 600 anos, com uma margem de erro de cerca de um por cento. A partir daí, não funciona bem, pelo que se aplica outro modelo, com dois por cento de margem de erro: "Numa árvore com mil e tal anos, são mais ou menos 20 anos de erro, o que não é nada. Até três mil anos, este modelo funciona bem", diz José Luís Louzada.
Para validar o método, dataram-se com carbono 14 algumas árvores com o tronco intacto, no Instituto Tecnológico e Nuclear, em Sacavém.
O método permite ainda datar oliveiras novas sem lhes causar danos. Pelos métodos tradicionais, para aceder à parte central, a zona mais velha, formada nos primeiros anos de vida, ou corta-se a árvore ou retira-se um cilindro de madeira com uma broca.
"Desenvolvemos de raiz uma metodologia que permite datar árvores por um processo rápido, não destrutivo, que não provoca qualquer lesão e, talvez o aspecto mais importante, é exequível em árvores ocas", resume José Luís Louzada. "A nível mundial, não existia qualquer método de datação de árvores antigas que satisfizesse todos estes requisitos, o que revela o seu carácter inovador."
Por causa disso, André Soares dos Reis quis proteger o método com uma patente, em partes iguais entre o empresário e a UTAD, para que a concorrência não certifique a idade de árvores velhas. No final de 2008, o pedido deu entrada no Instituto Nacional da Propriedade Industrial. Passados os dois anos em que teve de ficar pendente, verificando-se se há patentes iguais, a patente deve estar a sair em breve, diz José Luís Louzada. "A patente é do método em si. Neste momento, é para oliveiras, mas pode ser aferido para diferentes espécies."
A ideia é estender o registo de patente à União Europeia, até porque é para Espanha, França e Alemanha que André Soares dos Reis mais exporta oliveiras. Seguem agora acompanhadas por um certificado da UTAD. "Este é um bom exemplo da aplicação e transferência directa da investigação para o mercado", diz Louzada.
A empresa de André Soares dos Reis certifica igualmente a idade de oliveiras vendidas por outras empresas. Ou, como sucedeu agora, o empresário ofereceu ao Convento do Espinheiro, em Évora, a datação da oliveira no seu jardim. Tem 1098 anos, e o certificado é entregue a 19 de Fevereiro.
Mesmo com tal idade, é uma jovem ao lado de uma oliveira do aldeamento turístico de Pedras d"el Rei, perto de Tavira, classificada como árvore de interesse público em 1984. Pelo método do carbono 14 - embora não se saiba quem fez a datação ou que parte da árvore, oca, foi testada -, terá 2016 anos. "Pelo nosso método", diz José Luís Louzada, "a oliveira de Pedras d"el Rei tem 2210 anos".
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
Os Dinossauros e a Arqueologia
Ontem, durante uma visita à exposição de dinossauros patente no Pavilhão Multiusos de Guimarães não pude deixar de pensar no potencial que a arqueologia tem para este tipo de apresentação ao público e no facto de nada se fazer nesse sentido. É até curioso que tal me tenha ocorrido num contexto que tradicionalmente é confundido com a Arqueologia, o da Paleontologia.
O passado exerce um fascínio muito grande sobre as pessoas. A Arqueologia ainda mais, devido ao efeito (por vezes nefasto) de um imaginário literário e cinematográfico. Não estará na altura de utilizar isso a nosso favor? De modo a divulgar o que é mesmo a Arqueologia e as Arqueociências e divulgar o imenso património que temos. Creio que não temos de ter medo de cair na tendência do espectáculo proporcionado por exposições como esta dos dinossauros. Os idealismos de estarmos a "vender" o património como um espectáculo devem cair, quanto a mim. Afinal, qual o efeito prático deste nosso isolamento? Não temos de cair no ridículo. Há boas formas de fazer as coisas.
Em Biologia existe o conceito de "flag species", as espécies emblemáticas para conservação que concentram em si grande parte do esforço financeiro da conservação animal. Estas têm por vezes um efeito pernicioso de afastar dos grandes círculos financeiros as espécies menos emblemáticas, mas, ao mesmo tempo, colocam a conservação na ordem do dia. Nós temos em Portugal "flag sites" (nem sei se o conceito existe): Monte Mozinho, Conímbriga, Briteiros, Lapedo, Foz Coa, Castelo da Lousa (este é só para provocar!), etc.
Será que aproveitamos suficientemente o património que temos?