sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Concurso de Projectos de Investigação Científica e Desenvolvimento Tecnológico em todos os Domínios Científicos — 2010

A Fundação para a Ciência e a Tecnologia procedeu à abertura do Concurso de Projectos de Investigação Científica e Desenvolvimento Tecnológico em todos os Domínios Científicos — 2010. As candidaturas deverão ser apresentadas até às 17h do dia 24/02/2010.

Eis os objectivos e prioridades desta iniciativa:

"Constitui prioridade da política de Ciência e Tecnologia nacional o crescimento, reforço e consolidação do Sistema Científico e Tecnológico Nacional (SCTN), tornando-o mais competitivo no contexto nacional e internacional, agilizando a articulação entre os centros de saber e as empresas. Neste âmbito, assume particular relevância a promoção e reforço de competências das instituições científicas e tecnológicas, através da participação das suas equipas de investigação em projectos de investigação científica e desenvolvimento tecnológico (IC&DT) em todos os domínios científicos".

Este texto e outras informações podem ser consultadas aqui.

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Estudo revela que os neandertais afinal cozinhavam e comiam legumes

Uma notícia do Público, seguida de um curto comentário:

O homem de Neandertal, extinto há 30 mil anos, alimentava-se de carne e de vegetais e cozinhava os alimentos, segundo um estudo publicado hoje na revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences, PNAS, citado pela AFP.

As investigações anteriores indicavam que os Neandertais eram sobretudo caçadores carnívoros, o que teria precipitado a sua extinção.

Pensava-se que os primeiros homens modernos com os quais aqueles coexistiram durante cerca de 10 mil anos teriam sobrevivido graças ao consumo de outros tipos de alimentos, como vegetais, peixes e mariscos, conforme os locais onde viviam.

O novo estudo parte da análise de partículas de alimentos contidas nas placas de tártaro dos dentes fossilizados de Neandertais descobertos em sítios arqueológicos do Iraque e da Bélgica, e trazem uma nova luz sobre estes primos desaparecidos.

Os investigadores, orientados por Dolores Piperno, do departamento de Antropologia do Museu de História Natural Americano Smithsonian, descobriram grãos de amido provenientes de várias plantas, entre as quais uma erva selvagem, e vestígios de diferentes legumes, raízes e tubérculos.

Muitos desses alimentos tinham sofrido modificações físicas correspondentes à cozedura, nomeadamente os grãos de amido, o que faz pensar que o homem de Neandertal dominava o fogo, tal como os primeiros homens modernos.

Os dentes continham também vestígios de partículas de tâmaras e de amido de outros vegetais que os investigadores continuam a tentar identificar.

Nenhum artefacto de pedra indica, no entanto, que os Neandertais utilizavam utensílios para moer os grãos, pelo que é provável que não praticassem agricultura.



A noticia é interessante embora deva confessar que ainda não li o artigo do PNAS. Saliento no entanto a última frase:
Nenhum artefacto de pedra indica, no entanto, que os Neandertais utilizavam utensílios para moer os grãos, pelo que é provável que não praticassem agricultura. [!!!!]

Trata-se, certamente, de um erro jornalístico. Como é que alguém colocaria a hipótese, ao ponto de assumir como questão de trabalho, que os Neandertais praticavam agricultura?! E se surgissem utensílios para moagem, seríamos confrontados com a teoria de que os Neandertais eram já agricultores? Como se não se pudessem esmagar estruturas vegetais, grãos ou outras, de origem silvestre...

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Programa Detalhado do Encontro sobre os Concheiros de Muge

Encontro sobre os Concheiros de Muge: analisando o passado

Museu Geológico – 7 de Janeiro

Rua da Academia das Ciências, 19, 2º

Horário

Autores

Título

10.30

João Luís Cardoso

Para a história das investigações dos concheiros mesolíticos de Muge: alguns aspectos menos conhecidos

11.00

José Manuel Rolão

Trabalhos Arqueológicos no complexo arqueológico de Muge: 1996-2001

11.30

Anabela Joaquinito

Qual a importância dos micrólitos geométricos na indústria lítica dos concheiros do vale do Tejo?

12.00

Nuno Bicho

Os projectos de investigação do complexo arqueológico mesolítico de Muge

12.30

Almoço

14.00

Célia Gonçalves

Os SIG como ferramenta preditiva para a localização de novos sítios mesolíticos no Vale do Tejo

14.30

João Cascalheira & João Marreiros

Sobre a desconstrução de um concheiro: metodologia de escavação e registo no Cabeço da Amoreira (Muge)

15.00

Vera Pereira & Alexandra Pereira

O trabalho que se segue: perspectivas e problemáticas do trabalho em laboratório

15.30

Telmo Pereira & Luís Jesus

Revisitando Mendes Corrêa no Cabeço da Amoreira

16.00

Intervalo

16.30

Cláudia Umbelino, Teresa Ferreira & Eugénia Cunha

Revisitar os esqueletos de Muge: a dieta das comunidades humanas e as exumações do sec XXI

17.00

Michele Wollstonecroft

Archaeobotany at Cabeço da Amoreira: results of the 2008-2010 field seasons

17.30

Cleia Detry

Interpretar os concheiros de Muge através da Zooarqueologia

18.00

Nuno Bicho, Telmo Pereira, Luís Jesus, João Marreiros, João Cascalheira, Célia Gonçalves, Vera Pereira

A construção de um concheiro: o exemplo do Cabeço da Amoreira

18.30

Debate final


Encontro sobre os Concheiros de Muge



No próximo dia 7 de Janeiro irá decorrer, no Museu Geológico em Lisboa, um Encontro sobre os Concheiros de Muge que abordará, entre outros, temas como a Zooarqueologia e Arqueobotânica.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Environmental Archaeology: Early agriculture in uncertain climates

O último número da revista Environmental Archaeology tem o seguinte tema "Early agriculture in uncertain climates: integrating social and environmental perspectives"

Eis o índice, para atestarem o grande interesse deste número:

Early agriculture in uncertain climates: themes and approaches
pp. 109-112(4)
Authors: Bogaard, Amy; Whitehouse, Nicki
Research Papers

Was low atmospheric CO2 a limiting factor in the origin of agriculture?
pp. 113-123(11)
Authors: Cunniff, Jennifer; Charles, Michael; Jones, Glynis; Osborne, Colin P.

Reassessing the evidence for the cultivation of wild crops during the Younger Dryas at Tell Abu Hureyra, Syria
pp. 124-138(15)
Authors: Colledge, Sue; Conolly, James

Declining oaks, increasing artistry, and cultivating rice: the environmental and social context of the emergence of farming in the Lower Yangtze Region
pp. 139-159(21)
Authors: Fuller, Dorian Q.; Qin, Ling

Holocene environmental change and the Mesolithic-Neolithic transition in north-west Europe: revisiting two models
pp. 160-172(13)
Author: Schulting, Rick

Short climatic fluctuations and their impact on human economies and societies: the potential of the Neolithic lake shore settlements in the Alpine foreland
pp. 173-182(10)
Authors: Schibler, Jörg; Jacomet, Stefanie

Tolerating change at Late Chalcolithic Tell Brak: responses of an early urban society to an uncertain climate
pp. 183-198(16)
Authors: Charles, Michael; Pessin, Hugues; Hald, Mette Marie

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Cinco milhões de livros digitalizados para decifrar “genoma” cultural

"Dois investigadores da Universidade de Harvard dedicaram quatro anos a este trabalho, que designaram como culturomics, e publicaram hoje os resultados na revista "Science".

Como seria impossível ler todos os livros existentes no mundo, a equipa recolheu uma amostra de cinco milhões de obras e socorreu-se das novas tecnologias, como o Google.

Concluíram que o Inglês cria cerca de 8.500 novas palavras todos os anos, apesar de muitas não serem imediatamente assumidas nos dicionários.

Outra conclusão é que, a cada ano que passa, a Humanidade esquece o seu passado de forma mais célere.

Como exemplo, indicam que as referências a 1880 perduraram até 1912, durante 32 anos. Já as referências a 1973 desapareceram, em média, dez anos depois.

Contudo, as novas descobertas divulgam-se agora mais rapidamente que nunca. Os cientistas asseguram que no final do século XIX as novidades eram difundidas duas vezes mais depressa do que em 1800.

Em relação à notoriedade alcançada por personalidades, os investigadores descobriram que se tem tornado mais óbvia mas também mais efémera. As celebridades nascidas em 1950 atingiam a fama, em média, aos 29 anos. No início do século XIX, a média era de 43 anos."

Ver noticia aqui.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Archéologie environnementale de la France

Ver aqui.

Grâce au développement considérable des fouilles archéologiques préventives mais aussi au raffinement des techniques d'analyse, l'archéologie environnementale connaît un essor sans précédent. La compréhension des environnements du passé, de leur évolution, des impacts qu'ils ont subis et de la réaction du vivant (végétaux, animaux, humains) constitue un élément de réflexion fort pour le présent et l’avenir de l’humanité. Depuis l'apparition de l'homme et, surtout, depuis les débuts de l'agriculture, les sociétés humaines ont significativement modifié leurs écosystèmes et les cycles du vivant.
Plus récemment, elles ont commencé à altérer l'environnement global de la planète à une échelle encore inconnue jusque-là. Le développement, à partir des années 1970, des études paléoenvironnementales en archéologie par des chercheurs de plus en plus nombreux permet aujourd'hui de proposer de nombreux scénarios, passés comme futurs. Ainsi, l'archéologie environnementale a une double fonction. Elle contribue à une meilleure connaissance de l'évolution de l'homme et des sociétés et prend part à l'évaluation, à la prospective et à la prise de décision concernant l'avenir de notre planète, par son approche historique des dynamiques socioenvironnementales.
Fondé sur des analyses réalisées le plus souvent dans le cadre de l'archéologie préventive, cet ouvrage présente les différentes disciplines environnementales et les résultats les plus significatifs obtenus ces dernières années.

domingo, 12 de dezembro de 2010

Conferência MNA/GEEvH/NAP




Relembra-se aqui a próxima conferência MNA/GEEvH/NAP que terá lugar no dia 14 de Dezembro às 18 horas no Museu Nacional de Arqueologia. O orador é Vítor Matos, recém-doutorado pela Universidade de Coimbra e investigador do Centro de Investigação em Antropologia e Saúde. A comunicação intitula-se "O arquivo clínico da última leprosaria portuguesa (Hospital-colónia Rovisco Pais) e a sua importância para a paleopatologia da lepra".