O Homem altera o Ambiente? Parece ser uma questão absurda ou de resposta óbvia, mas não é. Ingold questiona esta ideia, defendendo que o Homem não é uma agente externo à natureza. “people live not on or off the environment but within it” (apud Bell e Walker 2005). O Homem é um factor ecológico.
De facto, a realidade pode ser entendida desta forma e a crítica é pertinente pois é evidente que essa separação entre Homem e Ambiente é assumida em muitos discursos.
De qualquer forma, dizer que o “Homem altera o Ambiente” ou que uma mudança é “antropogénica” é um auxiliar de discurso importante para descrever mudanças provocadas por acções directas de um interveniente das dinâmicas ambientais, o Homem. Do mesmo modo, podemos dizer que há alterações provocadas por factores climáticos e não estamos necessariamente a implicar que o Clima seja exterior ao ambiente.
Referência:
Bell, M., Walker, M. (2005). Late Quaternary Environmental Change. Physical and Human Perspectives, Pearson/Prentice Hall.
Ou seja, dizer que o Homem altera o Ambiente não implica que consideremos o Homem um factor externo ao ambiente ainda que muitos o considerem como tal.
“Alterações ambientais” são uma “evolução ambiental” e raramente se encontra um único factor a determinar a sua tendência.
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